O sentido da palavra e até mesmo a concepção que se tinha dela fez com que, por muito tempo, Irapuru elege-se representantes administrativos pouco preparados para o cargo. Foram diversos problemas manifestados em cada canto da cidade, lamentáveis e suscetíveis reclamações que não haviam solução. A cidade enfraqueceu-se. Enfraqueceu-se culturalmente e economicamente, se apequenando cada vez mais e se tornando uma opção de descanso em três dias nas férias e durante algum feriado do ano aos que deixaram o local. É, infelizmente, a verdade.
Contudo, as eleições deste ano vieram para trazer um frescor de ânimo aos infelizes com o governo atual. Estimulou também uma rivalidade massante entre os adversários, seus cabos eleitorais e seus defensores pela disputa somente entre dois candidatos. Tudo isso fez com que a busca por votos se temperasse mais. As bandeiras ateadas nas casas permitia uma apuração eleitoral antecipada na cidade. Algo realmente diferente.
Uns pregavam que o governo atual era capaz de promover a melhora e manter os candidatos no poder. Outros queriam a mudança, e abraçaram a causa para fazer com que isso fosse executado. A sede do candidato eleito, Silvio Ushijima, em governar a cidade, não se rendia ao suor na camisa roxa cor-de-uva e cada promessa de voto irrigava a esperança. Todos os candidatos trabalharam duro para conseguir a vitória.
Após o anúncio, e a diferença de 1.144 votos, a cidade mudou sua cor. Até a imprensa local noticiou a vitória em papel branco, redigido de roxo. Os nervos se afloraram, houve tumulto, mas nada que tirasse o frescor e o desabafo de quem permaneceu por oito anos sem poder se manifestar. A vitória estava consolidada e o sistema de governo do município modificado.
Silvio Ushijima é o primeiro prefeito com descendência nipônica da história de Irapuru e terá quatro anos para trabalhar e fazer com que o município volte a ser a Caçula Gigante que se tornou conhecida. Querida, apesar de todos os pesares, ela ainda está no coração de todos nós.
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